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divulgação científica

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Yes, nós temos queixada!

 

Câmeras instaladas em fragmentos florestais registraram indivíduos da maior espécie de porco silvestre do Brasil, queixada (Tayassu pecari, Link 1795), em oito pontos da região sudoeste de Goiás. Os resultados do estudo acabam de ser publicados por pesquisadores do sítio PELD EBMN em um artigo na revista Mammal Research (https://doi.org/10.1007/s13364-023-00729-8). Que saber mais, continue conosco até o fim do texto!

O porco queixada é um grande mamífero onívoro que ocorre em áreas de vegetação conservada, próximas rios e córregos. A espécie ocorria desde a América Central ao norte da Argentina, mas ações como o desmatamento, caça e introdução de espécies exóticas como o javali modificaram os ambientes ocupados por ela, provocando a redução de suas populações. Em função disso, a espécie está considerada extinta em alguns locais como El Salvador e em largas porções do Brasil. Por isso, a espécie foi listada como vulnerável na lista nacional de espécies ameaçadas.

Assim, é importante estudar as suas populações, especialmente, em paisagens alteradas como o sudoeste de Goiás, Centro-Oeste do Brasil, onde está localizado o projeto PELD Efeitos da composição e configuração das paisagens sobre a biodiversidade: uma análise multinível (Sítio EBMN). Antes dos registros realizados pela nossa equipe, não havia registros documentados da presença de queixada nesta região. De uma só vez, as armadilhas fotográficas do PELD EBMN, instaladas em fragmentos florestais da região, revelaram oito novos pontos de ocorrência para essa espécie, distantes entre si de 2 a 100km.

Foram encontrados registros de grupos contendo de 1 a 52 indivíduos, sendo necessário esclarecer ainda se os animais filmados são membros de um grande e único grupo que se divide em subgrupos para buscar alimento, ou se são integrantes de diferentes grupos. Assim, a continuidade do projeto em novos ciclos do Programa PELD vai permitir esclarecer essas e outras questões sobre os porcos queixadas, acumulando informações sobre a história natural dessa espécie em um local de contínua mudança no uso do solo. Cabe lembrar que o registro só foi possível devido à implementação do sitio PELD EBMN na região. Esse sítio difere da maior parte dos sítios PELD porque não ocorre em uma unidade de conservação, mas estuda fragmentos de vegetação nativa em áreas legalmente protegidas como área de preservação permanente e reservas legais, localizadas em propriedades particulares. Este é um dos primeiros resultados do sítio EBMN e já demonstra a importância tanto da manutenção das reservas e das áreas protegidas para a distribuição dos queixadas na região quanto da realização de estudos ecológicos de longa duração.  

 

Autores

Dr. Roniel Freitas Oliveira/UFG

Dr. Jânio Cordeiro Moreira – IF Goiano/Campus Rio Verde

 

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projetoebmn@gmail.com

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