Até quando negligenciaremos a nossa maior riqueza?

Desde a década de 1970 o dia 05 de junho é mundialmente dedicado ao Meio Ambiente. Essa data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e tem como objetivo dar visibilidade às causas ambientais.

Mais de 50 anos se passaram desde que essa data foi instituída e algumas perguntas ainda pairam no ar. Por exemplo, será que ainda falta visibilidade para esse tema? Ou será que a humanidade ainda não foi capaz de entender que não terá futuro viável sem que o meio ambiente seja uma questão prioritária? E, por fim, além de uma data instituída, o que ainda é necessário fazer para mudar o cenário atual?

Infelizmente, o cenário que estamos experimentando não é muito otimista quando o tema é meio ambiente. As alarmantes taxas de desmatamento, a crise climática, o consumo desenfreado, a poluição, o uso indiscriminado de agrotóxicos e tantos outros fatores podem comprometer o meio ambiente, a biodiversidade, o bem-estar humano e, obviamente, o futuro da humanidade.

No Brasil, especificamente, a realidade não é muito diferente daquela observada em outras partes do globo, pois basta ver os constantes ataques sofridos pelo meio ambiente. O PL 2.159/2021, recentemente aprovado no Senado Federal e que ficou conhecido como o “PL da Devastação”, é o mais recente ataque ao meio ambiente brasileiro. Em síntese, esse PL permitirá que empresas concedam sua própria licença para atividades potencialmente geradoras de riscos. Até parece que não foi no Brasil que ocorreram desastres ambientais de grandes proporções, como aqueles associados às barragens de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais, ou a tragédia urbana na cidade de Maceió, em Alagoas, que está associada à atividade de mineração. Será que a nossa sociedade não aprendeu nada com essas tragédias?

O fato é que o meio ambiente merece muito mais que uma data! Ele precisa de ações que tenham impactos em curto, médio e longo prazo. Talvez possamos usar essa data para entendermos um pouco mais das ameaças ao meio ambiente e buscar, tanto em ações individuais quanto coletivas, dar maior visibilidade às causas ambientais. Não nos iludamos, pois não se trata de uma tarefa fácil, mas, por enquanto, trata-se de uma tarefa possível.

Ainda há tempo!