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divulgação científica

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Morte nas estradas: Atropelamentos de mamíferos no Brasil central

 

Atropelamentos rodoviários representam uma ameaça significativa para a fauna de mamíferos terrestres na região central do Brasil. As estradas que cortam essa região muitas vezes atravessam áreas naturais, fragmentando habitats e criando barreiras para a movimentação desses animais. Isso afeta diversas espécies, incluindo grandes mamíferos como antas, capivaras, tamanduás, veados, além de espécies menores como tatus, gambás e pequenos roedores. Os atropelamentos têm consequências graves para as populações de mamíferos, podendo resultar em mortes dos indivíduos, redução da diversidade genética e declínio populacional.

 

Recentemente, um estudo foi conduzido para entender o efeito da paisagem sobre a taxa de atropelamento de espécies de mamíferos um trecho de 50 km da rodovia GO-164, sul de Goiás, Brasil Central. Esse trecho da rodovia foi dividido em 10 quadrantes, para os quais foram registrados os locais em que houve atropelamentos. Os registros dos atropelamentos foram contabilizados com base nas carcaças encontradas ao longo do trecho monitorado. Além disso, para cada um dos quadrantes, foi registrada a presença de cursos d’água e o percentual de cobertura vegetal nativa. Dessa forma, foi possível avaliar se os atropelamentos estão relacionados às fontes de água e/ou a quantidade de habitats disponível. O estudo revelou que houve maior número de espécies atropeladas nos pontos da rodovia que estão mais próximos aos cursos d’água e com maior quantidade de vegetação nativa.  

 

Esse resultado pode subsidiar ações que visam reduzir os impactos dos atropelamentos sobre a fauna nativa. Por exemplo, saber quais são os locais com maior risco de atropelamento de animais é importante, pois permite a implementação de algumas medidas, tais como: 1) a construção de passagens de fauna ou a instalação de redutores de velocidade nos trechos com maior risco de atropelamento; 2) a conscientização dos motoristas sobre a presença de animais na estrada. Ao mesmo tempo, é importante que os cientistas continuem estudando esses atropelamentos para encontrar soluções mais adequadas e proteger a vida selvagem.

 

É fundamental que o governo, organizações não governamentais, comunidades locais e especialistas em conservação trabalhem juntos para resolver esse problema. Nosso objetivo é reduzir o número de atropelamentos, proteger os animais e, ao mesmo tempo, usar esses eventos tristes para aprender mais sobre a natureza e ajudar a preservá-la.

Autor

Prof. Dr. Wellington Hannibal

Laboratório de Ecologia e Biogeografia de Mamíferos, Universidade Estadual de Goiás, Campus Sudoeste - Quirinópolis, GO

(e-mail: wellingtonhannibal@gmail.com)

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